terça-feira, 28 de julho de 2009

ANTES QUE ELES CRESÇAM

Pessoas, recebi este texto, e como tenho um filhinho de 7 anos, que será filho único, me emocionei porque é tudo que sinto ao constatar que ele, definitivamente, está crescendo!!!


É longo, mas muito bonito, por isso gostaria de dividir com vocês.

Um grande beijo!
ANTES QUE ELES CRESÇAM
Affonso Romano de Sant'Anna

Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos.

É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.

Crescem sem pedir licença à vida.

Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.

Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?

Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?

A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça...

Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes e cabelos longos, soltos. Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com uniforme de sua geração.

Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.

E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros. Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam.

Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos filhos.

Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.

Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.

Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores.

Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao shopping, não lhes demos suficientes hamburgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.

Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.

No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhos.

Sim havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.

Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.

Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".

Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade. E que a conquistem do modo mais completo possível.

O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.

O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.

Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.

Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.

Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.

7 comentários:

Sil disse...

Hehe...
Não só eles crescem como a gente envelhece né...
Não tenho filhos, mas dois sobrinhos e meio (o terceiro chegará em dois meses no máximo)...
Gosto muito deles...
Fico triste que eles estejam crescendo tão rápido assim...
Mas fazer o que né..r.s.

Bjos

Ane disse...

Tb não tenho filhos (ainda) mas me lembrei de uma canção que eu cantava p minha sobrinha qdo era pequenininha se chama ... "menininha" do toquinho.

Reflete bem esse sentimento...

bjinhus

IsaBella disse...

hehehhhhehe...
Essas mamães... pra vocês, nós, filhos, nunca crescemos, né?!?
hahahahahahhahahahaha!
Sei como vc se sente... tenhu uma mãe q se sente assim! ela não queria q a gente crescesse!
hehehehehehehhe!
vou mandar essetexto pra ela!
=)
beijinhusssssss

tudo_gratis_e_mais_gostoso disse...

oieeeee que lindo esse texto amei nossa deve ser bem assim quando os filhos estão crescendo!!

@ Patty @ disse...

Muito lindo e emocionante este texto, adorei a parte onde fala dos avós...
Eu não tenho filhos, mas não deve ser fácil conseguir entender que eles crescem, criam asas e voam!
bj

Ane disse...

Obrigada pelo seu comentário...
Sobre o teu comentário lá no meu cantinho (sobre as cotas diárias...).
É realmente sempre falta alguma coisa e como tenho hábitos noturnos (trabalho em eventos)... eu criei uma meta para mim ( que é não comer entre meia-noite e cinco e meia da manhã... complica muuuito trabalhar às vezes à noite e às vezes de dia, pq tem dias q não dá tempo de comer durante o dia, qdo vejo é meia noite e falta comer um monte de coisas.... mas bola pra frente, né?!
bjinhus

Pri - de Lacinho disse...

Oi amiga,
que saudadesssss!

Nossa, não acredito, me diga como vc conseguiu lembrar de todos os livros que já leu??? ahhahahaha
Amiga do céu, eu não conseguiria lembrar não, vixe... Mas adorei sua listinha, adooooro livros! Comenta mais dos livros amiga, aqueles que disse que ia falar mais!

E cada morango hein? affff, fiquei com água na boca, amo morangos! Mas muito caros esses... Aqui compro uns bem grandões também por 1 e pouco a bandejinha, ehhehe

Miga, obrigada pelo selinho, mas esse eu já tinha colocado um tempo atrás lá no blog, mas agradeço de coração por ter lembrado de mim!

Um ótimo findi pra vc,
bjosssss